2007-11-20

Excepcional

Ex.mo Senhor Ministro das Finanças ,

Victor Lopes da Gama Cerqueira, cidadão eleitor e contribuinte deste País, com o número de B.I. 8388517, do Arquivo de identificação de Lisboa, contribuinte n.º152115870 vem por este meio junto de V.Ex.a para lhe fazer uma proposta:

A minha Esposa, Maria Amélia Pereira Gonçalves Sampaio Cerqueira, foi vítima de CANCRO DE MAMA em 2004, foi operada em 6 Janeiro com a extracção radical da mesma.

Por esta "coisinha" sem qualquer importância foi-lhe atribuída uma incapacidade de 80%, imagine, que deu origem a que a minha Esposa tenha usufruído de alguns benefícios fiscais.

Assim, e tendo em conta as suas orientações, nomeadamente para a CGA, que confirmam que para si o CANCRO é uma questão de só menos importância.
Considerando ainda, o facto de V. Ex.ª, coerentemente, querer que para o ano seja retirado os benefícios fiscais, a qualquer um que ganhe um pouco mais do que o salário mínimo, venho propor a V. Ex.ª o seguinte:

a) a devolução do CANCRO de MAMA da minha Mulher a V. Ex.ª que, com os meus cumprimentos o dará à sua Esposa ou Filha.

Concomitantemente com esta oferta gostaria que aceitasse para a sua
Esposa ou Filha ainda:
c) os seis (6) tratamentos de quimioterapia.
d) os vinte e oito (28) tratamentos de radioterapia.
e) a angustia e a ansiedade que nós sofremos antes, durante e depois.
f) os exames semestrais (que desperdício Senhor Ministro, terá que orientar o seu colega da saúde para acabar com este escândalo).
g) ansiedade com que são acompanhados estes exames.
h) A angústia em que vivemos permanentemente.

Em troca de V. Ex.ª ficar para si e para os seus com a doença da minha Esposa e os nossos sofrimentos eu DEVOLVEREI todos os benefícios fiscais de que a minha Esposa terá beneficiado, pedindo um empréstimo para o fazer.

Penso sinceramente que é uma proposta justa e com a qual, estou certo, a sua Esposa ou filha também estarão de acordo.

Grato pela atenção que possa dar a esta proposta, informo V.Ex.a que darei conhecimento da mesma a Sua Ex.ª o Presidente da República, agradecendo fervorosamente o apoio que tem dispensado ao seu Governo e a medidas como esta e também o aumento de impostos aos reformados e outras...

Reservo-me ainda o direito (será que tenho direitos?) de divulgar esta carta como muito bem entender.

Como V. Ex.ª não acreditará em Deus (por se considerar como tal...) e por isso dorme em paz, abraçando e beijando os seus, só lhe posso desejar que Deus lhe perdoe, porque eu não posso (jamais) perdoar-lhe.

Atentamente,
Victor Lopes da Gama Cerqueira

19/Outubro/2007

Recebido via e-mail

2 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Coincidência das coincidências ... ia postar isto hoje, mas depois surgiram outras coisas ...
Já está na linha de montagem como rascunho, mas tem a data de 28 de Setembro de 2007, (não interessa nada).

A minha mulher tem uma colega que estava nas mesmas condições.
Teve cancro da mama, coma ablação total.
Pediu a reforma, com 34 anos de srviço.
Ia à Junta médica no dia 15 de Novembro.
Muito antes, entrou em depressão com medo que não lhe dessem a reforma.
NÃO HOUVE ESSE PROBLEMA:
Estava curada ou quase do cancro, mas morreu a 13 de Novembro!
(sempre disse que não a reformavam, tinha razão ...)

NÃO A REFORMARAM !!!!!

Bruno disse...

Hoje mais um caso destes, a junta medica quer que uma senhora vá trabalhar quando ela nem de pé consegue andar.

Não sei não, mas qualquer dia mesmo depois de morrermos, aparece lá um gajo da junta médca a dizer que ainda temos bom corpinho e condições fisicas para trabalhar.
Já agora que competencias têm os membros de uma junta medica, para avaliar este tipo de situações pois, para alem de uma analise fisica tambem devem fazer uma psicologica.Por acaso estes senhores tem algum curso????

Bj