2007-10-12

13 de Outubro

É amanhã... 13 de Outubro!
Desengane-se quem pensa que este post vai falar de N.Sra.de Fátima, da sua aparição nesta data, dos peregrinos que vêm de todos os cantos a pé para pagar promessas ou não, da fé dos mesmos, da religião ou da nova Igreja que irá ser inaugurada e que custou apenas a módica quantia de 80 milhões de €!!
Não, este post é apenas uma dedicatória, uma memória a alguêm que faz amanhã um ano se foi embora e não voltará.
Eram 3h da manhã (de 12 para 13) quando se ouviu o teu último suspiro, 6h quando recebi a noticia. Lembro-me que estava a dormir e ouvi o telefone do P.a tocar, ouvi-o a falar baixinho com receio que eu ouvisse... mas ouvi, talvez porque já estivesse à espera daquele telefonema a qualquer instante.
Recordo-me que me levantei de imediato para saber o que se passava e que apenas olhei para ele, não foram precisas palavras apesar de ele me abraçar e dizer: "Foi a tua avó!"
Chorei, chorei muito... penso que chorei mais por ter a noção que nunca mais te iria ver, falar contigo, desabafar e contar histórias do que propriamente pela tua morte em si.
Há algum tempo que te via sofrer, que te via mirrar, que te ouvia dizer coisas sem nexo ás quais sorria... um sorriso compreensivo de quem sabia que não eras tu que falavas mas o cabrão do cancro que tomou conta de ti.
Lembro-me que a última vez que te levantaste da cama foi a 28/Setembro, o último aniversário que passaste connosco, fizeste 77 anos. Jantaste connosco a muito custo, sempre de cara fechada como se fosse um suplicio ali estares apesar do prazer que te dava estares connosco. Brincaste duas ou três vezes com o teu bisneto... o que te custou falares!
Ali estivemos a jantar, a nossa familia a brincar, a fazer o possivel para que te sentisses bem, a cantar os parabêns (muitos anos de vida!) como se fossem haver muitos mais!
Mas cantámos e demos beijinhos e pusemos-te na cama quando pediste para não mais te levantares.
Vi-te umas horas antes de ires, de desistires da vida. Dei-te um beijinho e disse-te até amanhã. Mas não voltou a haver amanhã.
E amanhã, 13 de Outubro, faz um ano... Um ano que não te falo, que não te vejo, que não te telefono, que não vou ao fim-de-semana tomar o pequeno-almoço contigo. Um ano em que todos os dias me lembro de ti, em que algumas vezes o teu bisneto fala em ti (com 3 anos não se esquece de ti e sabe que estás no céu junto do Traquina, lembras-te do passáro dele?)
Um ano passa depressa, parece que foi ontem! A vida continua e cá restam-nos as saudades e as recordações que essas, tal como a ti, nunca as esqueceremos. A única "consolação" que temos é que estarás de certeza melhor, sem dor e que foste como sempre disseste que querias ir... no sono para ires descansada.
Será que "a" viste? Será que "ela" se aproximou de ti com a sua foice e te sussurou "é hora?" Não sei, mas levou-te...
Um ano passou, outros passarão com certeza mas tu estarás sempre no meu coração.
Adorei-te, adoro-te e adorar-te-ei sempre!
Um beijo enorme da neta que te ama e recorda todos os dias, tenho a certeza que estejas onde estiveres o receberás. :)

1 comentário:

Stuckinha disse...

Um beijão enorme par ti ...posso dizer que a maior perda que tive até hoje foi também a minha avó e que também, após muitos anos de sofrimento, partiu no sono, num sono tranquilo para não mais voltar.
Esquece-la nunca, mas cada vez mais a coisa que mais me fica não são os queixumes que as dores lhe provocavam, mas sim as palavras amigas que só ela sabia dar, os sorrisos que dava e que só eles lhe conseguiam disfarçar todos os problemas que tinha.
Um beijão enorme para ti avó e se por acaso vires por aí a avó da Russita da-lhe também um, que tal como tu ela também deve ter sabido bem como ser uma avó.

Beijokas